A resposta do Banco Central aos seguidos ataques de Lula
Em meio a guerra aberta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contra as metas de inflação já definidas para os próximos anos e os rumos da política monetária do Banco Central, o Comitê de Política Monetária (Copom) divulgou a ata de sua última reunião com algumas respostas as provocações do presidente trazidas a pública. O documento do encontro que manteve a taxa de juros a 13,75% afirma que a desancoragem da inflação a prazos mais longos está relacionada entre outros motivos, a alteração das metas inflacionárias.
Na ata desta reunião, o Copom afirmou que a atual conjuntura (tanto externa quanto interna), o índice de preços continua acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta de inflação e, para mantê-lo sob controle, deve manter os juros elevados por um “período mais prolongado”.
Segundo o comitê, o Banco Central conduz a política monetária com base nas metas estipuladas pelo Conselho Monetário Nacional — formados por membros do executivo e da autoridade monetária. Para 2023 e 2024, as metas já estão estipuladas em 3,25% e 3%, já as metas a partir de 2025 serão discutidas pelo CMN, agora presidido pelo Ministro da Fazenda, Fernando Haddad. De acordo com o colegiado em ata, “mais importante do que a análise das motivações para a elevação das expectativas, o Comitê enfatiza que irá atuar para garantir que a inflação convirja para as metas”, afirmou em documento publicado nesta terça-feira, 7.
Nas últimas semanas, o presidente Lula vem questionando seguidamente as metas de inflação, afirmando serem demasiadamente baixas, e que por consequência, tem juros demasiadamente altos para seu cumprimento. Conforme a inflação pressiona e se distancia da meta, a ferramenta da autoridade monetária é a elevação (e, no caso atual do país, a manutenção) da taxa de juros, o que encarece o crédito para empresas e famílias, desacelerando o consumo e o crescimento da economia.
No comunicado, o comitê afirma que além do questionamento das metas, uma política fiscal expansionista praticada pelo executivo pode pressionar as metas. O governo petista chegou a gestão com a ampliação do teto de gastos em mais de 145 bilhões de reais para o cumprimento de promessas eleitorais e sinalizou para um aumento de arrecadação, e não uma revisão dos gastos, como forma de tentar equilibrar as contas públicas. “o Comitê pondera que estímulos de demanda devem ser avaliados considerando o estágio do ciclo econômico e o grau de ociosidade na economia, sendo a política monetária a variável de ajuste macroeconômico utilizada para mitigar os efeitos porventura inflacionários da política fiscal”.
O BC também faz um mea culpa sobre a desancoragem da inflação a longo prazo. Segundo a autoridade monetária, uma possível percepção de leniência do Banco Central com as metas seria uma dessas razões, mas no mesmo comunicado, segue afirmando que tem compromisso com as metas estipuladas e que “ é necessário se manter ainda mais atento na condução da política monetária para reancorar as expectativas e assim reduzir o custo futuro da desinflação”.
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Fonte: veja.abril.com.br/economia/a-resposta-do-banco-central-aos-ataques-de-lula