Grupo de botos é flagrado brincando no Rio Tocantins; veja curiosidades sobre a espécie
Um grupo de botos, que parece se divertir ao nadar pelo rio Tocantins, chamou a atenção na última semana. As imagens aéreas foram feitas, através de um drone, pelo advogado e secretário de Finanças de Lajeado, Carlos Oliveira, durante um passeio. Veja abaixo as curiosidades sobre a espécie, que pode chegar a 2,5 metros e tem alto grau de parentesco com os golfinhos.As imagens mostram pelo menos quatro botos brincalhões perto da Usina Hidrelétrica de Lajeado. “Aqui perto da usina tem muitos botos. Direto nós somos contemplados com a aparição dele”, A aparição dos botos nos rios do Tocantins provoca euforia por parte de moradores. Os animais são de grande porte e fazem um barulho diferente enquanto se movimentam pela água. Há cerca de uma semana, um boto foi encontrado morto na área da Praia da Ponta em Araguatins, no bico do Papagaio. O local é um importante ponto turístico e fica em uma ilha no meio do rio Araguaia. O animal teria encalhado e acabou morrendo perto da faixa de areia.
Os botos podem ser vistos nos rios ao longo do ano inteiro. Segundo a bióloga, Loise Schmitz Zem, os animais são filmados com mais frequência nessa época do ano por causa do intenso fluxo de turistas nas praias tocantinenses.
Os animais podem chegar a 2,5 metros, sendo que os machos são maiores do que as fêmeas. A bióloga diz que não há perigo ao tentar se aproximar dos botos, no entanto, esse contato deve ser evitado.
“Ele não oferece nenhum risco, mas como todo animal silvestre, essa interação deve ser a mínima possível porque o homem acaba interferindo no hábitat e no comportamento dos animais. Se a gente tenta ter esse contato próximo, oferecer alimentos, pode ser prejudicial. Ele vai ficar acostumado a fonte de alimento fácil, o que prejudica na sua caça depois”, enfatizou.
Encantadores, os botos são chamados de golfinho dos rios. Essa relação entre os animais faz sentido. Loise explica que os botos fazem parte da mesma ordem dos golfinhos. Eles têm alto grau de parentesco, com algumas diferenças quanto às vértebras, dentição e tamanho.
Outra curiosidade é que os botos possuem hábitos solitários. “Os momentos de agrupamento deles acontecem no momento em que eles se alimentam e na fase de reprodução”, disse.
Não há estudos no Tocantins sobre o número da população de botos. No entanto, eles são classificados pelo ICMbio como uma espécie em perigo.
“É preciso atenção porque os botos sofrem com diversas ameaças: a poluição dos rios com a presença de agrotóxicos, o assoreamento dos rios que vão ficando cada vez mais rasos, longos períodos de estiagem e a fragmentação do seu hábitat por conta das usinas hidrelétricas. O boto que está acima da barragem não consegue ter interação com o boto abaixo da barragem, o que impede o fluxo da reprodução, um perigo para a espécie a longo prazo, além da alteração na disponibilidade de alimentos com a intensa pesca nos rios”.
