Dinamarqueses ‘jihadistas’ deveriam ter morrido em combate, diz ministro
Copenhaga, 27 Mar 2019 (AFP) – Confrontado com o retorno de “jihadistas”, o ministro dinamarquês da Justiça, Søren Pape Poulsen, afirmou nesta quarta-feira (27) que teria sido melhor se os dinamarqueses envolvidos nas fileiras do Estado Islâmico (EI) “tivessem morrido em combate lá”, levantando críticas da oposição.
O ministro conservador disse ainda que a Dinamarca está disposta a receber os cidadãos dinamarqueses que atuaram no grupo extremista, pois “é melhor que estejam presos aqui do que viajarem livremente”, noticiou a imprensa local.
As declarações foram denunciadas pela oposição.
“São palavras que eu não teria pronunciado”, afirmou o porta-voz dos socialdemocratas, Trine Bramsen.
Segundo o ministro, cerca de 40 jihadistas ligados ao país escandinavo estão no território do antigo califado do EI, e dez deles estão presos.
Na Dinamarca, combater nas zonas de conflito onde atua uma organização terrorista é alvo de processo desde 2016.
Treze pessoas já foram condenadas por terem-se unido a uma organização terrorista, ou por terem tentado viajar para o local, disse o ministro.
Nove deles perderam sua cidadania dinamarquesa e foram expulsos. Os outros, exclusivamente dinamarqueses, não podem ser privados de sua nacionalidade, segundo a legislação em vigor.
Desde 2012, cerca de 150 pessoas viajaram para a Síria, segundo números dos serviços de Inteligência dinamarqueses.
Um terço voltou para a Dinamarca.
Depois do colapso do último bastião do Estado Islâmico na Síria no fim de semana passado, vários governos europeus enfrentam o problema sobre como lidar com seus cidadãos extremistas capturados.
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