junho 27, 2025

Dino troca chefe da PRF que apoiou Lava-Jato e defendeu prisão de Lula

 

Futuro ministro da Justiça do próximo governo Lula, Flávio Dino anunciou nesta quarta-feira que trocou a indicação para o comando da PRF.

Nesta terça, ele havia anunciado o policial rodoviário federal Edmar Camata como futuro diretor-geral da corporação, mas menos de um dia depois do anúncio teve que voltar atrás depois de virem a público informações de que o policial defendeu a prisão de Lula e apoiou a operação Lava-Jato.

A escolha de Camata causou desconforto em Lula, que ficou 580 dias preso por ordem de Sérgio Moro no bojo da operação. “Nós tivemos uma polêmica nas últimas horas e o entendimento meu e da minha equipe foi o de que seria mais adequado proceder a essa substituição”, disse. .

O novo escolhido para o cargo é Antônio Fernando Oliveira, policial rodoviário federal desde 1994. Advogado e pós-graduado em Direito Tributário, o próximo chefe da PRF é também mestrando em Ciências Jurídicas pela Universidade Autónoma de Lisboa.

Camata é atualmente secretário de Controle e Transparência do Espírito Santo, no governo de Renato Casagrande, que é do PSB de Dino. Em 2017, o policial publicou em suas redes uma foto em um evento ao lado de Deltan Dallagnoll, ex-coordenador da operação Lava-Jato e atualmente deputado eleito pelo Paraná.

O agente usou a operação para promover a sua candidatura a deputado federal em 2018. Em abril daquele mesmo ano, logo após a prisão de Lula, o policial publicou um texto que celebrava a prisão de políticos pela operação, como o do próprio ex-presidente e também de Sérgio Cabral, Eduardo Cunha e Antônio Palocci.