Mudança na política nuclear da Rússia é ‘sinal definitivo’ ao Ocidente, diz Kremlin
O Kremlin declarou nesta quinta-feira, 26, que as mudanças na doutrina nuclear da Rússia, apresentadas pelo presidente Vladimir Putin, devem ser vistas como um “sinal definitivo” aos países ocidentais sobre as consequências de qualquer envolvimento em ataques contra a Rússia.
Na quarta-feira, Putin alertou o Ocidente que estaria disposto a usar armas nucleares se a Rússia fosse atingida por mísseis convencionais pela Ucrânia. O presidente também disse que consideraria qualquer ofensiva de Kiev apoiada por uma potência nuclear como um ataque conjunto.
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Essa decisão de modificar a doutrina nuclear oficial é uma resposta do Kremlin às discussões de Estados Unidos, Reino Unido e aliados da Otan, a principal aliança militar ocidental, sobre a possibilidade de permitir que a Ucrânia utilize mísseis ocidentais convencionais contra a Rússia.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, confirmou que foram feitas alterações em um documento intitulado “Os fundamentos da política de Estado na esfera da dissuasão nuclear”. Ao ser questionado se as mudanças serviam como um aviso ao Ocidente, Peskov disse que as alterações deveriam “ser consideradas um sinal definitivo”.
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Ele explicou que essa é uma advertência a esses países sobre as possíveis consequências de um ataque ao território russo, que não precisa ser necessariamente nuclear. Peskov também afirmou que o mundo está testemunhando um “confronto sem precedentes”, resultado, segundo ele, do “envolvimento direto de países ocidentais, incluindo potências nucleares”, no conflito da Ucrânia.
A decisão de divulgar ou não os documentos relacionados à política nuclear será tomada em momento oportuno, segundo Peskov.
Gastos com armas nucleares
Os gastos globais com armas nucleares aumentaram 13%, alcançando um recorde de 91,4 bilhões de dólares em 2023, segundo uma análise da Campanha Internacional para Abolir as Armas Nucleares (Ican). Esse aumento de 10,7 bilhões de dólares em relação ao ano anterior é impulsionado, em grande parte, pelo crescimento acentuado dos orçamentos de defesa dos Estados Unidos, diante das incertezas geopolíticas geradas pela invasão da Rússia à Ucrânia e pelo conflito entre Israel e o grupo militante palestino Hamas.
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O relatório revela que todos os nove países conhecidos por possuírem armas nucleares — China, Coreia do Norte, Estados Unidos, França, Índia, Israel, Paquistão, Reino Unido e Rússia — aumentaram seus gastos. Em meio à guerra na Ucrânia e à saída da Rússia do tratado Novo Start, que regulava os arsenais nucleares, a preocupação da comunidade internacional com o tema atinge um novo patamar.
Dados compilados pelo Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (Sipri), mostram que o número de ogivas nucleares ativas também aumentou ligeiramente, chegando a 9.585, impulsionado em grande parte pelo aumento do arsenal da China de 410 para 500.
Os Estados com maior força nuclear continuam, desde a década de 1950, segundo os EUA e a Rússia, que possuem cerca de 90% de todas as ogivas. A Rússia tem 4.380 ogivas nucleares instaladas ou armazenadas, em comparação com os EUA, que têm 3.708.
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Giro VEJA – quinta, 26 de setembro
Musk recua e tenta fazer X voltar a funcionar no Brasil O X protocolou, nesta quinta-feira, 26, os documentos exigidos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. A empresa pede o fim da suspensão da rede social no país. O restabelecimento ainda depende de análise do magistrado, mas há expectativa de que a plataforma volte a funcionar na semana que vem. Saiba mais no Giro VEJA.
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