O ataque coordenado de aliados de Lula ao presidente do Banco Central | Maquiavel
O duro recado de Luiz Inácio Lula da Silva ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, nesta segunda-feira, 6, repercutiu entre aliados do petista.
Durante a posse de Aloizio Mercadante no comando do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Lula criticou o nível elevado da taxa básica de juros no Brasil — hoje em 13,75% ao ano — e afirmou que os aumentos dos últimos anos e a justificativa dada pelo Copom (Comitê de Política Monetária) para as altas são “vergonhosos”. Desde a campanha, Lula e ministros da área econômica têm criticado a chamada “independência do Banco Central” e o movimento de aumento da Selic, iniciado em março de 2021, quando os juros básicos estavam em 2,75%.
Embora aliados e dirigentes de primeira hora que participaram da posse de Mercadante — como o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin — tenham se limitado a parabenizar a oficialização do ex-ministro à frente do banco, com estimas de retomada do crescimento da economia e diminuição da desigualdade social, outras figuras próximas a Lula se posicionaram firmemente à favor de uma resposta dura a Campos Neto.
“O presidente Lula está certíssimo ao questionar a ‘independência’ do Banco Central. Se o BC não precisa prestar contas à sociedade brasileira, ele responde a quem? Dica: o Brasil tem a maior taxa de juro real DO MUNDO. Quem ganha com isso?”, publicou o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP). “Quem é a favor da revogação da ‘independência’ do Banco Central e de que Lula coloque o Campos Neto pra fora? Eu sou 100% a favor!”, declarou o correligionário Glauber Braga (PSOL-RJ).
‘Cair na real’
Ao contrário de auxiliares do governo — como o próprio Mercadante e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad –, Gleisi Hoffmann tem sido uma das vozes mais críticas do partido à atual autonomia do Banco Central e ao alto patamar de juros do país.
“Lula tem razão ao abrir o debate sobre as decisões do BC. Ter mandato não significa não ter responsabilidade com um país que precisa crescer urgente. Quem vai investir em produção e serviços quando pode faturar horrores com os juros nas alturas?”, publicou a dirigente na última sexta-feira, 3. “Não há economia que resista a uma taxa de juros de 13,5%. O Brasil precisa urgente de crescimento, para gerar empregos e oportunidades. O país não pode ficar esperando que o Banco Central caia na real”.
O deputado federal Jilmar Tatto (PT-SP), secretário de comunicação do partido, também atacou a independência do BC. “Nossa economia está sendo sufocada por uma política financeira que penaliza os mais pobres. O juros para pessoas físicas saltou de 35,98% para 40,19% em 2022. O Banco Central tem de somar forças com o Governo Federal para aliviar o nó que Bolsonaro nos colocou!”, postou.
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Giro VEJA – segunda, 6 de fevereiro
O discurso do presidente na cerimônia do banco estatal e os novos desdobramentos do caso sobre a ação golpista revelada por Marcos do Val (Podemos-ES) são os destaques do dia
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva marcou presença na cerimônia de posse de Aloizio Mercadante no BNDES, com mais uma leva de críticas à política de juros do Banco Central. Lula também rebateu críticas à atuação do banco durante governos petistas e voltou a comentar os atos golpistas de 8 de janeiro
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