agosto 14, 2025

O plano por trás do pedido do PT para que Campos Neto se explique

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O PT decidiu incluir na resolução elaborada nesta segunda-feira por seu Diretório Nacional a orientação para que a bancada do partido no Congresso chame o presidente nacional do Banco Central, Roberto Campos Neto, a dar explicações sobre o atual patamar da taxa de juros. O partido não tem poder de convidar, muito menos de convocar o presidente do BC. Mas o plano é manter o tema dos juros aceso e dar um discurso aos parlamentares da legenda.

Em parte, o teor da resolução – que só terá sua versão final publicada amanhã – expõe um esforço da legenda para ter protagonismo nesse processo. No início desta noite, parlamentares petistas minimizavam o documento do partido em conversa com a coluna, alegando que este era um movimento que já estava em andamento na bancada. Basicamente, diziam que não havia nada ali que os deputados e senadores já não estavam fazendo.

Mesmo sem poder para convocar Campos Neto, é esse o termo que o PT pretende usar no documento. Se não dá para obrigar, que o partido dê a sugestão, dizem líderes da legenda. Esse plano, segundo petistas, acabou reforçado com as críticas reiteradas hoje pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na reunião da direção partidária.

Parte do plano do PT tem a ver com a entrevista que Campos Neto vai conceder agora à noite ao programa Roda Viva, da TV Cultura. O presidente do Banco Central vem há tempos mantendo o perfil discreto e evitando entrevistas de grande repercussão. Mas o cenário mudou depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva endureceu o discurso contra a política de juros.

Antes da entrevista, o próprio Lula também deve dar seu recado. O presidente participa logo mais do ato político que comemora os 43 anos do PT, em um centro de convenções na capital federal.

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